Música, o mais recente lançamento do Prime Video, estreou na plataforma de streaming nesta quinta-feira (4/4).
A obra é inspirada nas experiências pessoais de Rudy Mancuso, que atua, dirige, co-escreve e compõe para o filme.
A trama segue o jovem Rudy que tem sinestesia, uma condição neurológica que mescla os sentidos, permitindo que percebam vários coisas ao mesmo tempo, como ver cores na música ou sentir sabores nos dias da semana.
Além disso, os protagonistas têm ascendência brasileira, um elemento incorporado à narrativa.
O enredo aborda o desafio do rapaz em lidar com um futuro incerto enquanto enfrenta as pressões do amor, da família e da sua cultura brasileira em Newark, Nova Jersey.
Estrelado por Rudy Mancuso no papel do protagonista Rudy e Camila Mendes interpretando Isabella o elenco de Música ainda reúne nomes como Francesca Reale dando vida à Haley, J.B. Smoove vivendo Anwar, Regina Schneider como intérprete de Claire Dombeck, Andy Grotelueschen como o Professor.
Ao assistir ao filme, estava na expectativa de que não caísse nos estereótipos comuns sobre o Brasil.
Afinal, com os protagonistas de ascendência brasileira, esperava-se uma representação mais autêntica da nossa cultura.
Nesse sentido, o filme conseguiu até dar um bom panorama.
Achei interessante também a escolha de alternar entre os idiomas ao longo da narrativa, o que trouxe uma dinâmica única à experiência cinematográfica.
No entanto, mesmo com esses aspectos positivos, não posso considerar o filme excepcional.
Houve uma falta de aprofundamento na representação da nossa cultura, algo que poderia ter enriquecido consideravelmente a trama.
Além disso, a ausência de uma explicação clara sobre a sinestesia pode deixar espectadores não familiarizados com o conceito um tanto perdidos, comprometendo a compreensão do protagonista e sua jornada.
Como apreciadora dos filmes de romance, também senti falta daquela centelha romântica característica desse gênero.
Mesmo com a tentativa no final de transmitir uma busca interna do protagonista por identidade e propósito, faltou aquele elemento emocional que costuma cativar os espectadores nesse tipo de história.
Em resumo, “Música” é uma tentativa louvável de explorar temas como identidade e cultura, mas que deixa a desejar na sua execução ao não preencher lacunas importantes na narrativa e não atingir o potencial emocional esperado em um filme desse gênero.