O mercado de jogos eletrônicos de futebol, liderado por títulos como EA Sports FC (antigo FIFA) e eFootball (antigo PES), tem crescido exponencialmente.
No entanto, a inclusão do Brasileirão no FIFA, por exemplo, enfrenta desafios únicos, especialmente devido à Lei Pelé e à falta de uma entidade unificada para negociações.
Com a criação da Liga Forte União (LFU), o cenário pode mudar, trazendo novas oportunidades para clubes, desenvolvedoras e fãs.
A Lei Pelé
A Lei Pelé (Lei nº 9.615/1998) é a principal legislação que regula o esporte no Brasil. Ela introduziu o conceito de “direito de arena”, que concede aos clubes o controle sobre a transmissão e uso de suas imagens em eventos esportivos.
No entanto, essa lei não aborda especificamente o uso de marcas, nomes e uniformes em jogos eletrônicos, o que gera incertezas e disputas legais.
Enquanto o direito de arena se aplica à transmissão de partidas ao vivo, o licenciamento para jogos eletrônicos envolve a utilização de elementos distintivos dos clubes, como escudos, uniformes e nomes.
Essa lacuna na legislação exige que as desenvolvedoras negociem individualmente com cada clube, tornando o processo complexo e, muitas vezes, inviável.
Desafios no Licenciamento do Brasileirão no FIFA
A falta de uma regulamentação clara sobre o uso de elementos dos clubes em jogos eletrônicos cria um cenário de incerteza. As desenvolvedoras precisam negociar diretamente com cada clube, o que pode levar a disputas legais e dificultar a inclusão de times brasileiros em títulos globais.
Além disso, a fragmentação nas negociações reduz o poder de barganha dos clubes e aumenta os custos administrativos para as desenvolvedoras. Sem uma entidade centralizada, como a Liga Forte União (LFU), fica difícil garantir acordos vantajosos para todas as partes envolvidas.
A Liga Forte União (LFU), LIBRA e o Licenciamento para Jogos Eletrônicos
Criada em 28 de junho de 2022, a Liga Forte União (LFU) surgiu como uma alternativa à Liga do Futebol Brasileiro (LIBRA), com o objetivo de representar os interesses coletivos de 25 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. A LFU tem o potencial de centralizar as negociações de licenciamento, facilitando acordos com desenvolvedoras de jogos eletrônicos.
Ao atuar como uma entidade representativa, a LFU pode negociar em bloco os direitos de uso de marcas, nomes e outros elementos dos clubes.
Isso simplifica o processo para as desenvolvedoras e garante condições mais favoráveis para os clubes, além de proporcionar segurança jurídica para todas as partes envolvidas.
Impactos no Mercado de Jogos Eletrônicos
A inclusão de clubes brasileiros de forma mais ampla e organizada nos jogos eletrônicos traz benefícios para todos os envolvidos:
- Para os fãs: A possibilidade de jogar com seus times favoritos de maneira oficial e fiel à realidade.
- Para os clubes: Exposição global e novas fontes de receita por meio de royalties e parcerias.
- Para as desenvolvedoras: Simplificação do processo de licenciamento e redução de custos administrativos.
A atuação da LFU pode ser crucial para garantir que os clubes brasileiros estejam presentes nos principais títulos de futebol virtual, atendendo à demanda dos jogadores por uma experiência mais completa e autêntica.
A interseção entre a legislação esportiva brasileira e o mercado de jogos eletrônicos apresenta desafios e oportunidades. A Lei Pelé, embora fundamental para a regulamentação do esporte no país, não aborda especificamente o licenciamento de clubes para jogos eletrônicos, gerando a necessidade de interpretações e acordos específicos.
Nesse contexto, a atuação de entidades como a Liga Forte União (LFU) e a LIBRA pode ser crucial para centralizar negociações, garantir condições favoráveis para os clubes e facilitar a inclusão dos times brasileiros nos principais títulos de futebol virtual.
Com a evolução contínua do mercado de jogos eletrônicos e a crescente demanda por representações autênticas de clubes e jogadores, é essencial que haja uma adaptação das estruturas legais e organizacionais para atender a essas novas realidades. A colaboração entre clubes, entidades representativas e desenvolvedoras de jogos é fundamental para superar os desafios atuais e aproveitar as oportunidades que o mercado global de jogos eletrônicos oferece.