Há filmes que nos emocionam, outros que nos fazem refletir, e alguns poucos que conseguem moldar a forma como enxergamos a vida.
Ainda Estou Aqui é tudo isso e mais um pouco. O longa dirigido pelo Walter Salles e estrelado pela icônica Fernanda Torres não apenas marcou presença nos cinemas globais, mas também fez história ao ser indicado a duas das categorias mais cobiçadas do Oscar 2025: Melhor Filme e Melhor Filme Internacional.
Uma História Universal com Raízes Profundamente Brasileiras
No centro de Ainda Estou Aqui está Júlia, uma mulher que, após a perda de seu companheiro, embarca em uma jornada emocional que mistura dor, aceitação e autodescoberta.
Ambientado em paisagens brasileiras que vão do caos urbano ao isolamento de praias desertas, o filme usa o espaço físico como uma extensão do conflito interno da protagonista.
Fernanda Torres: O Coração do Filme
O que eleva Ainda Estou Aqui ao nível de obra-prima é a atuação de Fernanda Torres, que também foi indicada ao Oscar.
Em um desempenho descrito por críticos como “hipnotizante” e “devastador”, Fernanda traduz com maestria todas as nuances de Júlia: sua solidão, raiva e momentos de leveza inesperada. Não é exagero dizer que o filme simplesmente não existiria sem ela.
Sua indicação ao Oscar de Melhor Atriz foi mais do que merecida, destacando o talento brasileiro em um palco global e provando que artistas nacionais podem brilhar entre os grandes nomes do cinema mundial.
A Jornada até o Oscar: Reconhecimentos e Surpresas
O sucesso de Ainda Estou Aqui teve início nos festivais de cinema, com uma estreia no Festival de Cannes marcada por aplausos que duraram mais de dez minutos.
A produção acumulou prêmios em eventos como o Festival de Toronto e a Mostra de Veneza, sendo elogiada por sua narrativa sensível e estética deslumbrante.
A inclusão do filme nas categorias de Melhor Filme e Melhor Filme Internacional no Oscar solidificou sua posição como um dos maiores feitos cinematográficos do ano.
Comparado a Parasita, de Bong Joon-ho, Ainda Estou Aqui também transcendeu barreiras culturais, mostrando que histórias profundamente humanas não têm fronteiras.
Um Marco para o Cinema Brasileiro
A última vez que o Brasil esteve tão próximo do Oscar foi com Central do Brasil, em 1999, quando Fernanda Montenegro – mãe de Fernanda Torres – foi indicada como Melhor Atriz. Agora, 26 anos depois, o cinema brasileiro volta aos holofotes em um momento de renovação e reconhecimento global.
O filme também destacou talentos nacionais na equipe técnica. A trilha sonora, composta por Caio Prado, mistura melancolia e esperança, enquanto a fotografia de Luisa Carvalho capta a beleza natural do Brasil com uma sensibilidade quase poética.
Muito Mais que um Filme
Ainda Estou Aqui é uma obra que fala sobre luto e renascimento, sobre transformar dor em beleza e encontrar uma centelha de vida mesmo nos momentos mais sombrios.
Mais do que um filme, é um exemplo de como o cinema brasileiro pode ocupar um lugar de destaque no cenário global.
Com duas indicações ao Oscar, Ainda Estou Aqui já entrou para a história. Independentemente de levar as estatuetas, seu impacto está gravado nos corações de quem o assistiu.
Acima de tudo, ele nos lembra que, enquanto houver histórias como essa para contar, o cinema estará sempre vivo.